China e o custo do dinheiro: lições para o empreendedor brasileiro

Foto: Divulgação

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A China, segunda maior economia do mundo, decidiu manter sua taxa básica de juros — a LPR (Loan Prime Rate) — em 3,00% ao ano para empréstimos de curto prazo e 3,50% para os de longo prazo. Após sucessivos cortes ao longo de 2025, o Banco Popular da China (PBoC) optou pela estabilidade. Essa decisão reflete um equilíbrio delicado: a necessidade de estimular a economia, sem gerar fuga de capitais ou desvalorização excessiva do yuan.

A política monetária chinesa tem um caráter mais estratégico do que conjuntural. Enquanto países ocidentais costumam reagir a dados de inflação e emprego, a China age com base em metas de longo prazo — como sustentar o crédito industrial, fomentar exportações e conter a bolha imobiliária. Cada ajuste de 0,10% é calculado como um movimento de xadrez, visando não apenas o crescimento, mas também a estabilidade de um sistema que abriga mais de 1,4 bilhão de pessoas.

Para o empreendedor, essa dinâmica oferece uma lição valiosa: juros não são apenas um número técnico — são o preço do tempo, do risco e da confiança. Na China, os juros baixos refletem uma visão de Estado que busca dar fôlego ao investimento produtivo. Já no Brasil, onde o custo do dinheiro historicamente é alto, empreender exige criatividade e visão estratégica para não se deixar sufocar pelo crédito caro.

O empresário que observa a economia global com atenção não o faz por curiosidade, mas por sobrevivência. Entender como a China move suas peças permite antecipar tendências de demanda, de preço e até de comportamento dos investidores. Quando o crédito é barato lá, o consumo e a produção sobem — e isso influencia o preço das commodities, o câmbio e o apetite do capital estrangeiro.

Em tempos de juros baixos na China e moderação nas economias ocidentais, o empreendedor brasileiro deve olhar para dentro e perguntar: como posso ser mais eficiente, produtivo e estratégico no uso do meu capital? A resposta está em estudar economia não apenas para entender o mundo, mas para antecipar oportunidades dentro dele.

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Economista formado na PUC/SP

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