De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o número de casos – e de mortos – registrados de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por influenza na Grande São Paulo, no primeiro semestre de 2025, já é maior que em todo 2024. No Alto Tietê não está maior, mas demonstra uma tendência de crescimento preocupante.
Pelos dados do DRS (Departamento Regional de Saúde), a região metropolitana registrou, de janeiro a 18 de junho deste ano, 2.933 casos e 298 óbitos. Em 2024, inteiro, foram 2.934 casos e 255 óbitos.
Tendo em vista estes dados, a GAZETA procurou as prefeituras da região e, somando os dados de Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano, que responderam aos questionamentos, constatou a ascendência nos casos da doença, tendo registrados 995 atendimentos em 2023, 1.024 em 2024 e 671 no primeiro semestre de 2025.
O município com os indicadores mais preocupantes, considerando a proporcionalidade com a população, é Poá. A quinta cidade mais populosa da região, pelo Censo 2022, tem números comparáveis com os de Mogi, a primeira em população. Segundo a prefeitura poaense, foram registrados 286 casos em 2023, 382 em 2024 e 215 em 2025.
Mogi, com mais de quatro vezes a população poaense, teve 206 em 2023, 326 em 2024 e 276 em 2025. Itaquá registrou 200 em 2023, 123 em 2024 e 85 m 2025. Suzano registrou 127, 128 e 59, respectivamente. Guararema, 76, 65 e 36.
Biritiba Mirim enviou à reportagem o número referente aos registros de CID-10, ou seja, os atendimentos a doenças respiratórias de todo tipo. Foram 1.994 atendimentos até maio deste ano. Ferraz de Vasconcelos disse que não contabiliza os casos e mortos “porque o atendimento inicial é realizado pelas unidades, mas há pacientes que procuram diretamente o Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, o Regional, que é do governo estadual.”
Os números de mortos, diferente dos de casos, não demonstram tendência de superar os anos anteriores. Na região, em 2023, morreram 60 pessoas, 64 em 2024 e 22 em 2025.
Esse resultado pode ser explicado pelos esforços que os poderes públicos, nos âmbitos municipal, estadual e federal, têm feito pela vacinação. Em 2025, o imunizante que protege contra o vírus influenza foi incorporado ao Calendário Básico de Vacinação, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. A vacina, hoje liberada para todos os públicos, é indicada especialmente ao grupo prioritário, composto por idosos, crianças acima de 6 meses e gestantes.
Preocupantemente, nacionalmente falando, apenas 40,68% deste grupo foi imunizado. Na região, com exceções, este dado pode ser considerado positivo. Em Biritiba, 45,71% do grupo foi imunizado; em Guararema, 58,14%; em Itaquá, 24%; em Mogi, 48,42%; em Poá, 48,45%; e em Suzano foram 49,85% dos idosos, 30,17% das crianças e 42,67% das gestantes. Segundo a assessoria de imprensa de Ferraz, a adesão dos grupos prioritários da cidade à vacinação “está boa”.
As prefeituras de Arujá, Santa Isabel e Salesópolis não responderam aos questionamentos.