O tão esperado discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último domingo (30) ocorreu na tarde desta terça-feira (1). No Palácio da Alvorada, o presidente reuniu a imprensa e fez um discurso curto e ambíguo sobre sua derrota, a campanha eleitoral e os protestos realizados por bolsonaristas em estradas de 20 estados do país.
Bolsonaro não citou, em momento algum, o nome de Lula, tampouco parabenizou o vencedor, como de costume. O único indício dado pelo presidente de que reconhece estar de saída foi a frase “eles [os jornalistas] vão sentir saudades da gente” cochichada para o Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), antes de iniciar de fato o discurso.
Além de agradecer os 58 milhões de votos que teve, Bolsonaro disse que as manifestações que têm bloqueado estradas Brasil afora “são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”. E, como de costume, atribuiu o comportamento violento de seus apoiadores à esquerda.
“Os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, com invasão de propriedades, destruição de patrimônios e cerceamento do direito de ir e vir”, disparou.
Ele também ressaltou o alto número de parlamentares eleitos pelo seu partido e por partidos aliados, o que pode significar uma forte atuação bolsonarista no Congresso em oposição ao governo petista.
Depois da fala de Bolsonaro, Ciro Nogueira foi ao púlpito e disse que as conversas com o PT, mais precisamente com sua presidente, Gleisi Hoffman, já foram iniciadas e que o processo de transição deve ter início na quinta-feira (3), quando o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), será oficializado como o responsável por chefiá-la.