O polêmico anúncio de que o Hospital A.C. Camargo, localizado no bairro da Liberdade, na capital paulista, deixaria de prestar os atendimentos que faz pelo SUS a partir de dezembro vem gerando discussões, mesmo depois de revogado. A possibilidade de uma das maiores referências do estado em tratamento oncológico deixar de realizar atendimentos gratuitos reverberou inclusive no meio político.
Na esteira desse debate, o ex-secretário de Saúde da cidade de São Paulo e candidato a senador, Edson Aparecido (MDB) defendeu a revisão da tabela do SUS, que não ocorre desde 2008. A falta de reajuste no repasse feito pelo governo aos hospitais foi o principal argumento usado pela direção do A.C. Camargo para classificar como insustentável o atendimento público.
“A tabela SUS não tem reajuste há mais de 15 anos. Desde 2008 o Governo Federal paga por uma consulta médica R$ 10, uma mamografia, R$ 45, e uma radiografia, R$ 9,50, valores muito abaixo dos preços que os hospitais precisam para arcar com o custo real destes procedimentos”, disse Aparecido.
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Na manhã desta quinta-feira (18) o governador, Rodrigo Garcia (PSDB), e o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), se reuniram com a direção do hospital para tentar “desarmar essa bomba”, e conseguiram. O resultado foi um acordo para que a instituição não só mantivesse os atendimentos, como aumentasse o foco em tratamentos de pacientes em alta complexidade. Sobre o caso, o ex-secretário elogiou a atuação dos chefes dos executivos estadual e municipal.
“O governador Rodrigo Garcia e o prefeito Ricardo Nunes tomaram decisão acertada ao garantirem o complemento da tabela SUS ao Hospital A.C Camargo para que ninguém fique sem atendimento”, completou.