Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Após denúncia do Conselho Municipal, MP investiga manipulação na saúde de Poá

Promotoria enxerga indícios de possível prática irregular de pré-campanha eleitoral
Tecnologia na saúde mudou a relação médico-paciente
Foto: Divulgação

Receba as novidades direto no seu smartphone!

Entre no nosso grupo do Whatsapp e fique sempre atualizado.

O Conselho Municipal de Saúde de Poá denunciou ao Ministério Público uma possível manipulação do sistema CROSS no município para fins político-eleitorais. A denúncia cita os nomes de quatro candidatos a vereador na cidade, todos apoiadores de candidatos diferentes a prefeito.

Entre eles, aparece Patrícia Bin (PSB), que é filha da prefeita Márcia Bin, atual presidente da Câmara Municipal e candidata à reeleição. Os outros três candidatos são Priscila Brunetto (União), e os atuais vereadores Lucas Ferrari (PL) e Emerson Dentinho (PODE), que também buscam a reeleição.

O caso foi registrado no SIS MP Digital como Notícia do Fato, considerando tratar-se de possível prática irregular de pré-campanha eleitoral, como consta no documento publicado pelo MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) no dia 1º de agosto.

O caso

O sistema Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde) é um serviço do Governo do Estado que organiza a regulação de recursos disponíveis na saúde pública. Entre eles, estão as vagas de consultas, exames, cirurgias e medicamentos que são oferecidos à população.

A decisão de quem tem a prioridade no agendamento é de médicos e segue de acordo com os prognósticos, ou seja, leva em conta o menor risco do paciente e a maior chance de alcançar o resultado com a utilização de determinado recurso, baseado em protocolos médicos e avaliações.

Em Poá, segundo relatos do Conselho Municipal, alguns agendamentos não estavam acontecendo dessa maneira. As testemunhas ouvidas indicaram que os agendamentos irregulares de exames no sistema Cross eram feitos e entregues em uma van por Priscila Brunetto.

Priscila construiu sua vida política ao lado do secretário de serviços urbanos de Poá e presidente do União Brasil, Márcio Bossal. Segundo a denúncia, ao abordar os pacientes ela reforçava a sua pré-candidatura e pedia “uma ajuda lá na frente” em troca do exame

O Conselho também relatou que pessoas que buscavam contato com Lucas Ferrari, ligado à candidata a prefeita Flavia Verdugo (PL), tiveram agendamentos realizados em poucos dias. Essa agilidade não é comum no Cross, já que os pacientes costumam demorar muito mais tempo para conseguir o encaminhamento. O grupo alega que a mãe do vereador sempre comparecia portando uma pasta na sala do Cross e de lá saia com todos os exames agendados.

Os conselheiros narraram ainda que cinco funcionários possuem acesso ao Cross. Mas que Anderson, irmão do vereador Emerson Dentinho, principal apoiador do candidato a prefeito Diogo Pernoca (PODE), tinha maior influência, porém, parou de interferir, por breve período, em razão de ficar muito visível.

Já Patrícia Bin, apoiadora de Geraldinho do Sindicato (PSB), também foi mencionada como uma figura sempre presente no setor. De acordo com os conselheiros ela alegava que precisava estar ali porque cumpria medida socioeducativa.

As denúncias apontam ainda que a secretaria de Saúde possui uma pasta compartilhada no Google Drive, na qual os assessores e funcionários dos vereadores levam documentos e “fazem com que a lista ande mais rápido” para determinadas pessoas, em detrimento daqueles que seguem o procedimento padrão. Diante disso, a promotoria determinou que a Pasta fornecesse documentos e esclarecimentos em até 10 dias.

Outro lado

Questionada pela GAZETA, a Secretaria de Saúde de Poá informou que os procedimentos estão em investigação pela Promotoria de Justiça e a Pasta se reserva no direito de não se manifestar a respeito do assunto até que todos os fatos sejam apurados.

Já a promotora do caso, Leticia Lourenço Pavani, afirmou que devido à natureza sensível das informações e ao estágio inicial dos trabalhos, a divulgação de mais detalhes neste momento poderia prejudicar o andamento das apurações e a obtenção de resultados precisos.

Por fim, todos os outros envolvidos nesse caso foram procurados para se posicionarem sobre o fato. Entretanto, até o momento de fechamento dessa matéria não obtivemos nenhuma resposta.

 

Compartilhe com Todos!
Facebook
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique Informado!

Siga a Gazeta

Leia Também

Publicidade