Neste sábado (8) é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data simbólica, mas que remete a luta pelos direitos das mulheres, em especial, a sua própria sobrevivência. Para resguardar a vida das mulheres, desde dezembro de 2023 está em atividade o Serviço de Acolhimento Institucional para Mulheres em Situação de Violência – Casa Abrigo – que já recebeu 22 mulheres e 18 crianças do Alto Tietê. Esses são casos em que a vítima tem risco de morte e precisa deixar o seu lar. O equipamento é gerenciado pelo Condemat+ (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê) e possui 20 vagas.
As cidades que participam desse projeto são: Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Mogi das Cruzes e Poá. O acolhimento é feito em última instância, quando a mulher é ameaçada e precisa ir para um local sigiloso para sua própria proteção. Qualquer vítima pode ser acolhida, inclusive estrangeiras, como já foi registrado no serviço.
No abrigo, a vítima recebe atendimento multidisciplinar e toda assistência necessária como refeição, cursos profissionalizantes, atendimento social, psicológico e jurídico, além de articulação cotidiana com a rede de serviços do município de referência.
No caso das crianças, elas são integradas e recebem atendimento social, psicológico e pedagógico. O acolhimento pode ser de até 180 dias e o desacolhimento obedece ao mesmo período de acompanhamento. Durante o acolhimento a mulher é acompanhada para garantir acesso a trabalho, inclusão em programas sociais e de geração de renda.
Para o presidente do Condemat+ e prefeito de Itaquaquecetuba, Eduardo Boigues (PL), o serviço é necessário para afastar a vítima do agressor e do ciclo da violência.

“Embora a violência doméstica atinja todas as classes sociais, são as mulheres mais vulneráveis que possuem menos alternativas. A dependência financeira, muitas vezes, impede que ela deixe esse relacionamento abusivo e tenha uma vida livre e independente. Por isso, ao oferecer todo esse suporte, a gente apresenta um caminho melhor e seguro para ela”, destaca.
Sobre a Casa Abrigo
O abrigo é sigiloso e para acessar o serviço há algumas portas de entrada. A primeira delas é a delegacia de polícia. Ao registrar a ocorrência a vítima pode pedir o acolhimento. Há também os serviços sociais dos municípios como o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) ou Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Existem, ainda, os casos de “livre demanda”, ou seja, quando a própria vítima acessa o sistema e solicita o acolhimento, o que pode ser feito por meio do telefone: (11) 99224-7399.
Acolhe
O Condemat+ possui também uma parceria com o programa Acolhe, do Instituto Natura e o Grupo Accor, o qual disponibiliza abrigo temporário em hotéis para mulheres em situação de violência doméstica de todo Alto Tietê. Neste caso, há ainda ações assistências oferecidas para as mulheres que acionarem o serviço.