Desde o começo deste ano, a atuação da Sabesp na cidade de Santa Isabel tem sido criticada por moradores, que relatam repentinas cobranças excessivas e injustificadas nas tarifas, além de falta de respaldo por parte da empresa. A situação tem se repetido a ponto de afetados terem criado um grupo para compartilhar informações e fazer reivindicações à empresa.
A GAZETA conversou com alguns deles, como Ana Carolyna Barbosa, atualmente desempregada, que viu a cobrança referente ao mês de janeiro chegar a R$ 4,7 mil. Isto porque ela se recusou a pagar a tarifa inicial, de cerca de R$ 1 mil.
“Eu fiz uma solicitação na Sabesp para ver irregularidades, o rapaz foi na minha casa, viu que não tinha vazamento algum, estava tudo certo, e no laudo final eles colocaram que tinha vazamento, sendo que não tem. Eles mentiram”, desabafou a mulher, que garante que costuma pagar cerca de R$ 70 na conta de água.
Ela conta que, após meses de briga, a empresa fez o refaturamento da cobrança, tendo chegado ao valor de R$ 800, com opção de parcelar em até 10 vezes, mas ela recusou. “Eu não paguei e não vou pagar, vou no Procon de novo. A gente tenta resolver administrativamente, mas eles não dão suporte, então vamos ter que ir judicialmente”, disparou.
Sobre este caso, a Sabesp respondeu apenas que “realizou a revisão da conta referente a dezembro de 2023, que apresentava erro de cálculo, no dia 27 de maço, mesmo dia em que a cliente contestou o valor por meio dos canais oficiais de atendimento”.
Ana Carolyna, porém, não é a única. O comerciante Aloizio Gherardi Medeiros Marinho recebeu uma cobrança de R$ 10 mil de forma repentina. De acordo com ele, a cobrança ocorreu após a visita de dois homens que diziam ser de uma empresa contratada pela Sabesp para fazer a avaliação do hidrômetro de sua residência.
Ele conta que, depois da cobrança, contestou diante da empresa, que trocou o hidrômetro, levando o antigo para avaliação, mas sem dar qualquer retorno depois. O valor segue sendo cobrado, sem qualquer revisão.
“Eu não sei o que fazer mais, eu não tenho R$ 10 mil para pagar. Já reclamei de tudo quanto é jeito e não resolve, mas eu não tenho como pagar. Veio um rapaz da Sabesp e falou que se ficar uma torneira aberta por dois dias dá esse consumo, mas isso dá 200 mil litros de água, acho que nem uma semana com a torneira aberta dá 200 mil litros”, disse.
Até o fechamento desta edição, a Sabesp não se posicionou sobre este caso.
Sobre a situação na cidade em si, a empresa, em nota, disse: “A Companhia reforça que diversos fatores podem alterar o valor da conta, entre eles, a variação do consumo, seja por uma sazonalidade em meses de intenso calor ou um eventual vazamento nas instalações. O cliente pode acompanhar seu consumo verificando periodicamente a leitura do hidrômetro e as instalações internas. A Sabesp sugere a realização de testes de vazamentos e, em casos solicitados, técnicos da Companhia podem auxiliar nessa investigação, por meio de vistoria predial.”