Na terça-feira, 24 de junho, a USF (Unidade de Saúde da Família) Jardim Suzanópolis, em Suzano, administrada pelo INTS (Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde), realizou uma palestra sobre a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). O palestrante foi o paciente Sérgio Moreira, diagnosticado com a doença, que compartilhou os desafios enfrentados desde o diagnóstico e ressaltou a importância do acolhimento humanizado durante o tratamento.
A iniciativa faz parte das ações da USF Jardim Suzanópolis voltadas à promoção da humanização do cuidado e à ampliação do conhecimento sobre doenças raras, fortalecendo o vínculo entre a equipe de saúde e a comunidade. Profissionais, usuários da unidade e moradores participaram da palestra, que teve como objetivo conscientizar e promover a troca de experiências sobre a condição.
A ELA é uma doença que afeta o sistema nervoso, mais especificamente os neurônios motores, responsáveis por transmitir sinais do cérebro aos músculos. Com a progressão da doença, esses neurônios morrem, provocando fraqueza muscular e atrofia. A doença pode comprometer funções como fala, deglutição e respiração, exigindo, em estágios avançados, suporte para essas atividades vitais.
Diante da complexidade da doença, da falta de informações e da pouca visibilidade que a ELA ainda possui, a gestão da unidade organizou a palestra com o intuito de ampliar o conhecimento da população e reforçar a importância de um cuidado multiprofissional centrado não apenas no paciente, mas também em seu núcleo familiar.
Equipe multiprofissional
O caso do paciente Sérgio é um exemplo do compromisso da equipe multiprofissional do INTS com o cuidado integral e humanizado. Desde o diagnóstico até o acompanhamento contínuo, a atuação da equipe tem sido essencial para garantir qualidade de vida e suporte emocional ao paciente e à sua família.
O atendimento multiprofissional foi estruturado com base nas necessidades específicas do paciente, contando com a atuação integrada de profissionais de fisioterapia, psicologia, nutrição e enfermagem, tanto na unidade quanto em domicílio.
A fisioterapeuta Kelly Bueno de Moraes destacou a importância de preservar a força muscular e a coordenação motora fina, por meio de exercícios ativos e assistidos que visam manter, na medida do possível, a autonomia funcional do paciente. Hoje, diante do avanço das limitações de locomoção, o atendimento tem sido feito na residência de Sérgio.
Na área psicológica, a profissional Rosa Maria Rodrigues atuou no processo de aceitação do diagnóstico e na reorganização emocional diante da perspectiva de um futuro incerto. O acolhimento se estendeu também à família, oferecendo suporte durante a adaptação e enfrentamento da doença.
O enfermeiro Marcos Cardoso ressalta: “Tudo foi pensado de forma conjunta, com a equipe multiprofissional, para oferecer o melhor suporte e atendimento ao Sérgio. Cada decisão foi tomada considerando o que seria mais benéfico para ele, respeitando sua história, seu ritmo e suas necessidades”.
