É grave o problema de relacionamento entre diretoria e comissão técnica atual
Por Will Siqueira / Foto: Will Siqueira
“O buraco é mais embaixo.” A expressão popular define o que está acontecendo com o União Mogi, onde problemas internos tem causado um racha entre diretoria e comissão técnica, prejudicando diretamente o time dentro de campo.
A GAZETA obteve informações exclusivas, de uma fonte ligada ao União Mogi, de que alguns integrantes da diretoria estão agindo contra o clube em benefício próprio. De acordo com as informações, três diretores têm difamado a agremiação e o trabalho da comissão técnica em suas redes sociais e, sobretudo, atacando a Prefeitura de Mogi das Cruzes, causando, assim, uma briga desnecessária entre o poder público e time de futebol.
Briga essa que só atrapalha o dia a dia do União, tanto na parte estrutural quanto financeira. Justamente quando o clube tenta se reconstruir após anos de jejum de títulos e depois de ter ficado um longo período sem participar de campeonatos.
A fonte fez um desabafo à reportagem e afirmou que “devido a ter diretores do próprio clube que denigrem a imagem da prefeitura, fica inviável a gente conseguir recursos [do poder público]; essas pessoas, em vez de atacarem a https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração pública, deveriam unir para ajudar o clube, e não querer ser beneficiado através dele.”
O detalhe é que durante muitos anos, até hoje, a grande reclamação por parte da direção do União é que a prefeitura, por intermédio da Secretaria de Esportes, jamais ajudou o clube, seja cedendo estádios para treino ou apoio logístico para a ida aos jogos fora da cidade, seja patrocinando financeiramente.
Porém, o entrevistado deixa claro que os problemas do União sempre foram internos. O time nunca esteve estruturado da maneira como necessita por causa da sua diretoria, que mais atrapalha do que ajuda, segundo ele. “Na minha opinião, essas pessoas não deveriam estar dentro do clube.”
Treinador, alvo de críticas, também se manifesta
Nesse ano, o time ainda teve outro problema: 14 integrantes, incluindo o técnico Gledson Pereira (Chila), tiveram Covid.
Chila, 37, treina o União pela terceira vez. Ele também comentou sobre a guerra interna que afeta o elenco.
“Vim aqui ‘dar a cara’ pelo clube, colocar meu nome, e muitas pessoas não fizeram isso. Vem apoiar, ao invés de criticar a gente, criticar os jovens [jogadores] na internet. É fácil você apoiar quando está bom, a gente precisa de apoio quando está na dificuldade”, desabafou.
“Não temos apoio da cidade, muito menos da diretoria do clube. Nenhum diretor veio aqui colaborar com a gente. Acho que o União tem de mudar isso; desde 2013 eu passo por isso, tem que mudar essa ideologia”, disse, confirmando que os problemas internos acontecem há muito tempo no clube. E completou: “Minha chateação é que não teve nenhuma nota do clube defendendo a gestão nem o treinador. Prometi ao presidente [do clube] e vou até o final. Mesmo com o pulmão atacado em 40%, estamos aqui para lutar.”