Os eleitores de Santa Isabel já começaram a sentir um pouco do clima que deverá prevalecer quando a campanha eleitoral começar, em agosto. Nesta semana, ainda durante o período de pré-campanha, aconteceu um – se não o primeiro, o mais importante até o momento – embate direto entre os principais pré-candidatos ao cargo de prefeito. Tudo por causa da qualidade da saúde oferecida na cidade.
O ex-vereador Cleber Kerchner (PL), o Clebão, foi o primeiro a sair em defesa da população ao postar um vídeo em suas redes sociais responsabilizando o atual prefeito e pré-candidato a reeleição, Carlos Chinchila (PODE), que é médico, pelo que ele chamou de “caos da saúde isabelense”.
No sábado (22) à noite, usuários que utilizavam a UPA da cidade procuraram Clebão para reclamar do descaso e da demora no atendimento. Chinchilla esteve na mesma noite na unidade e, em outro vídeo, minimizou as reclamações dos pacientes, atacando as declarações do adversário.
PACIENTES – Diante da troca de farpas, a reportagem da GAZETA foi até a UPA na manhã de quarta-feira (26), para ouvir usuários sobre a qualidade do serviço prestado. Na ocasião, não havia lotação no local e o atendimento fluía bem. Mas, a operadora de telemarketing Jéssica Silva, 22, garantiu que nem sempre é assim: “Já aconteceu de eu vir aqui com muita falta de ar e não ser atendida, apesar de que hoje está bom.”
Perguntada se, de um modo geral, avaliava o atendimento de forma positiva ou negativa, a jovem relembrou a história de sua tia, que, recentemente, após cair de uma escada, recorreu à UPA três vezes no mesmo dia e, sem ter tido a atenção necessária, faleceu em casa em decorrência das complicações da queda. “Ela passava mal, vinha e mandavam ela para casa. Não seguraram ela”, conta.
A doméstica Gracilene Fortunato, 36, teve experiências melhores, mas com uma ressalva feita por ela própria: “Quando o paciente é preferencial”. Ela explica que a maior parte de suas idas à UPA é em busca de atendimento pediátrico para sua bebê e, nesse caso, ela costuma ser atendida mais rapidamente, mas quando precisa de atenção para si mesma, a realidade é outra.
“Sem ser preferencial, tem uma demora, as vezes até com poucos pacientes esperando. Eu já cheguei a esperar três horas para ser atendida. A minha experiência com ela [a filha] tem sido boa, mas o atendimento comum demora mesmo”, disse.
Mesmo aqueles que aprovam o serviço não negam a demora. É o caso do autônomo Moacir Donizete de Carvalho, 62, que classifica como normal o longo período de espera. “Demora, mas até um hospital particular as vezes demora. Igual na pandemia, estava lotado, tem que demorar também. Para mim, não tem que reclamar”, disparou.