Na manhã desta terça-feira (14), viralizou nas redes sociais um vídeo de uma confusão ocorrida em frente à estação Carandiru do metrô, na Zona Norte de São Paulo, onde um homem armado perseguia um jovem que não foi alvejado graças à intervenção de uma mulher; tudo isso sob o olhar inerte e os braços cruzados de uma policial militar que, a poucos metros, observava a cena. De acordo com a agência de notícias Ponte Jornalismo, o caso aconteceu no último domingo (12).
Pelo contexto da filmagem, subtende-se que o jovem havia tentado roubar o casal composto pela mulher que o defende e o homem que o agride e saca a arma. Em um trecho, a mulher se coloca entre o suposto ladrão e o cano do revólver.
Neste momento o jornalista que registra as imagens mostra a policial, fardada e armada, apenas olhando. Quando questionada se nada faria para conter os ânimos, ela diz que os presentes deviam “ligar para o 190”, permanecendo da mesma forma que estava.
Logo em seguida, a mulher, clamando para que o homem não fizesse o disparo que desejava, leva o garoto em direção à agente da lei na esperança que ela agisse, o que ela fez, desferindo um chute contra ele.
Depois de apartada a situação, o repórter se volta à policial e a questiona “vocês servem para quê?”, o que a faz finalmente abandonar seu repouso e, revoltada com a pergunta, acusa-lo de desacato e ameaçar prendê-lo.
Durante a discussão, ela diz: “Eu estou de folga, o procedimento é ligar no 190 e pedir viatura”.
Vale ressaltar que o inciso 35 do artigo 8º do Regulamento Disciplinar da PM diz que é dever dos agentes “atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente”.
À Ponte Jornalismo, o repórter relatou que a interrupção abrupta do vídeo se deu porque a discussão com a policial escalou para o nível físico, quando ela o pegou pelo pescoço. Durante o entrevero, portanto, o celular parou de gravar.
Em nota, a SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública) se posicionou dizendo que “apura o caso e que trabalha para identificar a pessoa que aparece nas imagens”, e completou: “Se confirmado, o caso será tratado como transgressão disciplinar grave, já que o comportamento omisso registrado em vídeo não condiz com as expectativas da sociedade e muito menos com as responsabilidades do profissional de segurança pública, que deve agir prontamente sempre que presenciar um crime, estando ou não em serviço.“