O espírito natalino tem chegado cada vez mais cedo às cidades do Alto Tietê. Antes mesmo de novembro, vitrines decoradas, promoções e a presença antecipada do Papai Noel já tomam conta dos shoppings e dos comércios de ruas. A estratégia, segundo especialistas e associações comerciais, busca aquecer as vendas e aproveitar o clima emocional da data mais lucrativa do ano.
Em Mogi das Cruzes, a presidente da Associação Comercial, Fádua Sleiman, explica que a antecipação é reflexo de uma tendência de mercado influenciada também pelo calendário de promoções.
“Assim como o Black November substituiu o Black Friday, o Natal também vem sendo antecipado. Já em outubro, muitas vitrines estavam decoradas e com artigos natalinos. Isso cria nas pessoas o sentimento natalino, e é muito positivo, o brasileiro gosta do Natal, é um momento de fraternidade e emoção”, afirma.
Segundo Fádua, além de movimentar o comércio, a estratégia tem impulsionado contratações: “Já temos cerca de 30% das vagas abertas no mercado para novas contratações que podem ser efetivadas. E nas últimas semanas, observamos um aumento de 4% nas vendas, mesmo antes da chegada do Natal”, destacou.
Em Suzano, o presidente da Associação Comercial e Empresarial, Rodrigo Guarizo, conta que a cidade aposta novamente na tradicional campanha Natal Premiado, que estimula o consumo e decora a região central com enfeites temáticos. “A iniciativa vem sendo realizada há anos e tem como objetivo prolongar o espírito natalino e fortalecer o comércio local”, afirma.
Já em Guararema, onde o Natal sempre foi um dos principais atrativos turísticos, a expectativa também é grande, mesmo sem a realização do tradicional Natal Luz. “Os comerciantes já começam a se preparar antes de outubro. A cidade sempre foi referência nesse período e os lojistas têm uma expectativa muito grande com a chegada dos turistas”, explica Rogério Araújo, presidente da Associação Comercial e Empresarial do município.
Mas enquanto o comércio comemora o aquecimento das vendas, o público se divide. O empresário Rinaldi Bradaci acredita que o movimento é uma tentativa do setor de recuperar o fôlego financeiro: “Acho que estão antecipando para ver se conseguem vender mais. Antes, o Natal começava a aparecer só no fim de novembro, agora é quase em outubro.”
Já o motorista Jeová Sá vê a antecipação com outros olhos. “Hoje em dia o Natal virou mais comercial do que uma data comemorativa. As lojas usam isso para vender mais e estimular o consumo”, opinou.
Entre expectativas e críticas, o fato é que o clima natalino, agora cada vez mais precoce, segue sendo um dos principais motores da economia regional, marcando o início de um período que promete movimentar o comércio e o comportamento do consumidor no Alto Tietê.












