No último sábado (18/01), a Prefeitura de Santa Isabel publicou em suas redes sociais oficiais uma postagem com um levantamento feito pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos) acerca dos recursos destinados por cidades de todo o Brasil à Saúde. Dentre os municípios do Alto Tietê, o “Paraíso da Grande São Paulo” detém o maior investimento proporcional, com 32% do orçamento cumprindo esta função. Para a população, porém, o serviço ainda tem deixado a desejar.
Percorrendo serviços de saúde isabelenses, a GAZETA colheu depoimentos parecidos, de munícipes que apontam inconstância na qualidade dos atendimentos, além de dificuldades para acessar medicamentos que deveriam ser disponibilizados gratuitamente pela rede municipal.
Questionada, ao sair da UPA, sobre como definiria os serviços de saúde, Taciane Castro Ferreira, 33, foi direta: “Péssimo”. Ela conta que a qualidade “depende do dia” e, quando informada sobre os números divulgados, chega a se espantar. “Tinha que ter melhorias, com tanta verba. Medicação, equipamentos, que as vezes não tem e temos que ir procurar fora [da cidade]”, completou.
Taciane relata também demora no agendamento de exames, problema que está enfrentando neste exato momento. No próximo dia 31, ela fará um eletrocardiograma que foi agendado há mais de quatro meses.
O caseiro José Geraldo Maria, 75, mesmo fazendo uma avaliação positiva dos atendimentos, destaca a falta de medicamentos nos postos de saúde.
“Uma coisa que tem que melhorar é o remédio, que não está tendo nos postos de saúde. A gente vai procurar um remédio e não acha, aí tem que se virar, enfiar a mão no bolso e comprar. Para a gente que ganha um salário mínimo, não tem benefício nenhum, para comprar um remédio, do jeito que está caro hoje em dia, tem que tirar de uma coisa para comprar outra”, disse.
A aposentada Vilma das Graças Pereira, 68, não só corroborou com a crítica, como exemplificou: “Você chega na UBS (Unidade Básica de Saúde) Brotas e não tem um aparelho para fazer um exame, é tudo encaminhado para outra cidade, então é difícil. É coisa mínima, tinha que ter um aparelho para fazer um raio-x, um eletro. Não estou vendo nada desse investimento, nem na UPA e nem no Brotas, só as cadeiras que trocaram, porque de resto não estou vendo nada.”
Procurada para se manifestar sobre as críticas sofridas, a Prefeitura de Santa Isabel não respondeu até o fechamento desta edição. O espaço continua aberto.