No dia 14 de novembro, às 19h30, a Câmara Municipal de Poá receberá a exibição gratuita do filme “O Sonho Acabou”, dirigido por Rinas Francisco. Produzido na própria cidade, o longa combina comédia, poesia urbana e realismo fantástico para discutir a crise existencial da juventude brasileira diante da precarização do trabalho, da alienação cultural e da falta de perspectivas.
A sessão integra a programação apoiada pela Lei Paulo Gustavo e pela Prefeitura de Poá.
“É muito importante os espaços e ouvidos abertos à arte independente no nosso município. Fiz a estreia do longa na Galeria Olido, em São Paulo, já exibi em Suzano e em Ferraz de Vasconcelos — e esta será a primeira exibição em Poá”, afirmou Rinas.
O diretor destacou ainda a relevância simbólica de exibir o filme no espaço legislativo, que ele apelidou de ‘Sessão Extra-Ordinária’.
“Estava difícil conseguir um espaço legal para uma exibição confortável em Poá. Até que o vereador Beto Melo (PP) encontrou a solução de realizar a apresentação na Câmara. Eu amei, afinal, a minha arte reflete o nosso povo, as nossas angústias e piadas — e nada melhor do que a gente se assistir na própria casa”, disse o cineasta.
Um retrato da juventude periférica entre o desencanto e a resistência
Gravado em Poá, cidade do Alto Tietê marcada pela rotina industrial e pela escassez de oportunidades, o longa apresenta um protagonista comum, dividido entre a necessidade de sobreviver e o desejo de viver algo que faça sentido. Ao seu redor, personagens transitam entre a resignação e o delírio.
A cidade ganha papel de personagem simbólico, um organismo vivo que molda e comprime seus habitantes. Entre o concreto e o cotidiano burocrático, surgem brechas de lirismo e imaginação, onde o sonho e a arte ainda resistem.
“A gente que cresce aqui na região do Alto Tietê está acostumado a olhar sempre para o que está em outro lugar — essa busca constante pela grande metrópole e suas atualizações. O que vem de fora sempre é mais importante. Nesta obra, quis trazer o nosso cotidiano para as telas: a poesia das nossas ruas, o delírio das estações, a piada dos nossos desejos. Somos arte — uma pena que nem todos enxerguem”, destacou Rinas.
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Poesia, crítica e humor como formas de resistência
Com humor ácido, estética fragmentada e toques de realismo fantástico, O Sonho Acabou provoca riso e desconforto ao mesmo tempo.
“Não se trata de um filme de esquerda ou direita, é uma análise histórica do momento em que estamos vivendo. Nossas angústias e tragédias em forma de piada, resumindo a nossa completa e total insignificância perante as situações. Esta história promete dividir opiniões”, concluiu o diretor.
O filme se consolida como um retrato sensível e irônico da juventude periférica, marcada pelo desencanto, mas também pela vontade de reinventar o sentido da vida.
Ao final, o público é convidado a refletir: o sonho acabou — ou apenas mudou de forma?
Serviço
Exibição gratuita do filme “O Sonho Acabou”
- Data: 14 de novembro (sexta-feira)
- Horário: 19h30
- Local: Câmara Municipal de Poá
- Entrada: Gratuita
- Apoio: Lei Paulo Gustavo e Prefeitura de Poá
- Produção: Rinas Francisco
- Co-produção: Estrada Films













