A extensão da linha 11-Coral da CPTM deve chegar até César de Souza em 2030. O anúncio foi feito pelo secretário de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, durante uma reunião com a prefeita de Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli (PL), para apresentar as ações previstas à cidade no projeto de concessão das linhas 11, 12 e 13. Agora, tal ação depende do interesse e participação de empresas no leilão, que acontecerá no dia 28 de março.
Ao todo, a concessão prevê um investimento superior a R$ 13 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhões direcionado apenas para Mogi. Além da extensão da linha de trem até César de Souza, que custará cerca de R$ 566 milhões, o projeto também inclui melhorias importante à cidade. Entre elas, estão:
- Investimento de mais de R$ 465 milhões para reconstrução das estações Jundiapeba, Mogi das Cruzes e Estudantes, e reforma estrutural da estação Braz Cubas até 2030. O objetivo é garantir acessibilidade e segurança às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, manutenção das instalações de combate a incêndio e obtenção do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), revitalização das instalações e melhoria das rotas de integração com terminais urbanos de ônibus.
- Eliminação de todas as passagens em nível existentes até 2032, com mais de R$ 150 mi investidos. Para isso, deve ser feito:
- A implantação de um novo túnel sob a estação Jundiapeba e a construção de uma passarela para transposição de pedestres;
- Construção de nova alça para o viaduto Argeu Batalha, conectando-o à avenida Anchieta no sentido do centro da cidade. E a construção de uma nova passarela no local da passagem em nível localizada na avenida Valentina Mello Freire Barestein.
- A implantação de dois novos viadutos próximo à Vila Industrial. A passagem em nível da avenida Cavalheiro Nami Jafet será substituída por um novo viaduto que permita a passagem de veículos e pedestres, conectando-a à rua Prof. Flaviano de Melo. Já a passagem em nível da rua Pres. Campos Salles será substituída por nova passarela e viaduto para veículos leves, conectando ambos os lados da rua.
- Substituição da passagem em nível destinada a pedestres próxima à estação Braz Cubas por nova passarela.
- A implantação de uma nova passagem inferior para fechar a passagem em nível próximo à estação Estudantes.
Extensão do trem até César
Para extensão do trem até César de Souza será necessário fazer a implantação de uma nova estação a 300 metros da Av. Ricieri J. Marcatto, próxima ao prédio histórico da antiga estação, e a construção de uma nova conexão viária em desnível.
Atualmente, há duas passagens em nível no trecho de expansão Estudantes – César de Souza, essas também serão fechadas. A que está localizada na av. Manoel Bezerra Lima Filho será substituída por um novo viaduto, que será construído pela concessionária e irá conectar ambos os lados da avenida.
Já a passagem em nível localizada na av. Ricieri José Marcatto será substituída pelo viaduto César de Souza, cuja construção está em andamento dentro do projeto Corredor Nordeste, e uma nova passarela será construída para os pedestres.
Desapropriações
Para realização de todas essas obras, o diretor de assuntos corporativos da Companhia Paulista de Parcerias, Augusto Almudin, afirmou que é impossível não desapropriar nenhuma família. Segundo ele, no momento de elaborar os projetos executivos e obter as licenças ambientais necessárias, será obrigação da concessionária identificar, cadastrar todas as famílias impactadas pelos empreendimentos e indeniza-las.
“Se a gente concorda que as obras são importantes, a gente também concorda que as pessoas que eventualmente sejam afetadas precisam ser dignamente compensadas e reassentadas. E isso está na conta da futura concessionária. Nenhuma família impactada vai ser esquecida, isso é obrigação contratual. Então, quem for impactado por qualquer uma dessas obras e precisar ser desapropriado ou reassentado vai receber uma idealização de forma prévia e justa pela futura concessionária, nos termos do que exige os padrões de desempenho socioambientais do Banco Mundial”.
Risco de não acontecer
Em março de 2024, ao anunciar este projeto de concessão, o secretário Rafael Benini afirmou que esta ideia é uma promessa do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e está garantida. Porém, também deixou claro que o projeto pode não ser colocado em prática caso o leilão não dê certo. O que já aconteceu no ano de 2021, quando o leilão de concessão das estações Mogi das Cruzes, Estudantes e Jundiapeba resultou ‘deserto’, o que no jargão do meio, significa que não houve interessados no projeto.
Questionado pela GAZETA sobre este risco, o secretário afirmou que quatro grupos já estão interessados no projeto. Dois deles, inclusive, já deixaram claro que irão apresentar propostas no dia 28 de março. Ainda assim, caso o leilão resulte em ‘deserto’, Benini explica que a CPTM já está estudando o projeto para colocá-lo em prática, mas o Estado “tem muita confiança que dará certo e o leilão será um sucesso”.