Em 2025, quatro das dez cidades do Alto Tietê terão novos chefes do Executivo, que marcarão uma nova fase no cenário político da região, enquanto outras seis continuarão sendo comandadas por prefeitos reeleitos. Em ambos os casos, conhecer as demandas do município é fundamental para garantir a efetividade da gestão pública. Para isso, dados e estatísticas desempenham um papel essencial na implementação das transformações necessárias.
Com o objetivo de orientar e apoiar o poder público, estudos que avaliam índices essenciais para o bem-estar e a qualidade de vida da população são desenvolvidos. Embora diversas ações de melhorias tenham sido implementadas nas cidades nos últimos anos, nesta semana, duas pesquisas publicadas revelaram desafios críticos a serem superados e uma necessidade urgente de evolução em cada cidade da região. Confira:
Desafios da Gestão Municipal 2024
O IDGM (Índice dos Desafios da Gestão Municipal), desenvolvido pela Macroplan Analytics, apresenta um panorama das 100 cidades brasileiras com mais de 273,5 mil habitantes, que representam 44,2% de toda a produção nacional. Ou seja, esses municípios têm grande influência sobre os índices nacionais e são essenciais para o desenvolvimento do Brasil. O estudo analisa indicadores divididos em quatro áreas: Educação, Saúde, Segurança e Saneamento.
Apenas três cidades do Alto Tietê estão no ranking: Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Suzano. Entre elas, Suzano se destaca na 32ª posição entre os 100 maiores municípios do país, embora tenha caído três posições desde 2010. A cidade avançou em três áreas: subiu 12 posições em Segurança (4ª), quatro em Saúde (44ª) e duas em Educação (29ª). No entanto, perdeu 18 posições em Saneamento e Sustentabilidade, ficando com a 46ª posição nesse item. O principal desafio de Suzano é o abastecimento de água. Em 2022, 93,7% da população foi atendida, mas esse percentual é inferior ao de referência e piorou na última década, deixando 19.245 moradores sem acesso ao serviço.
Mogi das Cruzes ocupa a 43ª posição geral, com uma queda de duas posições desde 2010. A cidade se destaca em Segurança (7ª posição), mas perdeu posições em Saúde (73ª) e Saneamento (54ª). Em Educação, avançou 28 posições, ficando em 15º lugar. Os desafios críticos de Mogi são: diminuir o índice de mortalidade infantil e as perdas na distribuição de água, assim como aumentar o atendimento dos serviços de coleta de resíduos domiciliares.
Por fim, Itaquaquecetuba está na 65ª posição, com uma queda de sete posições ao longo da última década. A cidade obteve sua melhor classificação em Segurança (6ª posição), porém ficou em 57ª em Educação, 72ª em Saneamento e 81ª em Saúde. O município melhorou nas áreas de Educação (+21 posições) e Segurança (+31 posições), mas perdeu em Saúde (-34 posições) e Saneamento (-9 posições). Os desafios críticos a serem solucionados são: diminuir o índice de mortalidade infantil e aumentar o número de nascimentos com pré-natal adequado.
Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades
Em 2015, a ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou aos países-membros uma agenda para o desenvolvimento sustentável, com o propósito de estabelecer metas, prazos e compromissos para o enfretamento dos principais problemas globais. Esse pacto supranacional se materializou em 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estipulando o ano de 2030 como prazo para que a humanidade alcance os compromissos assumidos.
Com base nesses objetivos, o IDSC-BR (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades), desenvolvido pelo Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com o SDSN (Sustainable Development Solutions Network) e outros órgãos, tem como objetivo gerar um movimento de transformação na gestão pública municipal. A intenção é orientar a ação política dos prefeitos com base nos indicadores e monitoramento dos ODS em nível local.
No último ranking publicado, Poá se destaca com a melhor posição entre as cidades da região, ocupando o 394º lugar. Seguida por Arujá (419º), Salesópolis (676ª), Mogi (844ª), Guararema (851ª), Suzano (1.164ª), Santa Isabel (1.987ª), Biritiba Mirim (2.697ª) e Ferraz de Vasconcelos (2.791ª). Itaquá é a cidade com pior desempenho, ficando na 3.258ª posição em uma lista com 5.570 municípios.
De acordo com o estudo, as dez cidades do Alto Tietê apresentam um desempenho considerado “muito bom” no ODS “Energias Renováveis e Acessíveis”. Arujá, Ferraz, Poá, Suzano e Mogi também são avaliadas dessa maneira no objetivo “Ações Climáticas”, que visa a tomada de medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
Por outro lado, no objetivo “Industria, Inovação e Infraestrutura” os 10 municípios foram avaliados com um desempenho “muito baixo”. No ODS “Igualdade de Gênero”, com exceção de Poá, todas as outras cidades foram avaliadas da mesma maneira. No quesito “Parcerias para a implementação dos objetivos”, todas foram insuficientes, exceto Guararema.