A madrugada de sábado, dia 8 de novembro, foi marcada por um ato de coragem em Mogi das Cruzes. Uma equipe de coleta urbana da Peralta Ambiental trabalhava próximo à praça da região central de Brás Cubas quando um carro desgovernado capotou e atingiu a bomba de combustível de um posto, provocando um grave incêndio. Sem hesitar, o coletor Marcos da Silva agiu rapidamente e salvou a vida de três pessoas.
Há apenas um mês na Peralta, Silva afirma que nunca imaginou presenciar uma cena “emocionante, rápida e assustadora” como a daquela madrugada. Segundo ele, tudo aconteceu em questão de segundos: “Eu estava fazendo a coleta e, assim que terminei, olhei para a avenida e vi o carro passando desgovernado. Ele bateu direto na bomba de combustível, começaram aquelas labaredas de fogo e eu fiquei preocupado que as pessoas morressem queimadas ali dentro. Então pensei: ‘Senhor, o que eu faço?’ e já saí correndo.”
Ele conta que correu até o posto, se aproximou do carro e pediu um extintor ao frentista. “Ele apontou onde tinha. Corri, peguei o extintor, tirei o lacre e fui apagar o fogo, preocupado porque as chamas já estavam indo para o carro.”
Mesmo sem conseguir ver quantas pessoas estavam presas por causa da fumaça intensa, Silva não hesitou em agir. “Eu estava segurando a propagação do fogo e comecei a gritar: ‘Vamos, gente, ajuda! Tem gente dentro do carro!’”.
A partir desse momento, outras pessoas se aproximaram para ajudar a conter as chamas e retirar as vítimas, que estavam presas pelos cintos de segurança. “Graças a Deus conseguimos controlar o fogo.”
O motorista do caminhão, Cláudio Rodrigues, que registrou o “ato heroico” que viralizou nas redes, disse que ficou impressionado com a atitude do colega. “Ele saiu correndo sem pensar duas vezes. Mesmo com pessoas gritando para ele se afastar por causa do risco de explosão, não hesitou. Deu para ver a técnica e a tranquilidade dele numa situação que podia terminar muito pior.”
Hoje, ao rever as imagens, Silva diz que a emoção ainda o surpreende. “Eu fico muito emocionado. Mostrei para a minha mãe, para a minha família, e penso: ‘Caraca, eu fiz isso mesmo?’”.
Além do ato de bravura, o coletor deixa uma mensagem de empatia: “Quando for fazer algo pelo próximo, faça sem olhar a quem e com muito amor.”












