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Abandono de obra onde adolescente morreu acentua revolta de familiares

Prefeitura diz que o local é cercado, mas reportagem constata portões abertos e grades arrombadas
Com obras iniciadas há mais de dez anos, CEP Santa Luzia segue abandonado pelo Poder Público I Foto: Cecília Siqueira

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Um lugar que deveria fazer a diferença no futuro das crianças poaeses acabou sendo, indiretamente, responsável pela perda da vida de uma delas. No último sábado (27), Felipe Souza Santos, de 14 anos, morreu após cair de uma altura de quase 20 metros no prédio do Centro Educacional Poaense, o CEP Santa Luzia. A unidade inacabada está com as obras paradas há mais de 10 anos, em Poá. Por conta disso, o local oferece uma série de riscos aos munícipes, com a presença de usuários de drogas, sem-teto, ratos, muito lixo acumulado, inúmeros buracos e ferros expostos.

De férias, Felipe queria apenas se divertir. Foi com o seu irmão para empinar pipa no local, que recebe muitos jovens, principalmente, aos finais de semana. Enquanto brincava, tropeçou nos blocos de concreto que estavam em volta do buraco e caiu de uma altura de quase 20 metros. Com o impacto, tanto nas estruturas dos andares de baixo, quanto no chão, fraturou o pescoço e quebrou o crânio. É o que afirma Vilson dos Santos, o pai do menino. Mesmo socorrido, não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.

A Prefeitura de Poá afirmou, em nota, que lamenta o ocorrido e “informa que o local da obra é totalmente “cercado” por gradil. O que ocorre é que, devido às constantes ações de vandalismo e furtos do gradil, há brechas que facilitam o acesso em alguns pontos. Informamos, também, que existe, sim, patrulhamento no local, que é realizado pela GCM.”

Indignado, o pai de Felipe rebate a prefeitura e diz que a administração municipal jamais tomou medidas para impedir o acesso ao local:

“A gente quer justiça, para que não fique em vão o que aconteceu e outras mães não chorem como a minha esposa está chorando. Alguém precisa resolver. Isso aqui não pode ficar desse jeito. Não tem vigilante, os portões estão abertos, as grades foram roubadas, como que um lugar desse tem segurança? Desde que o Felipe morreu eles não fizeram nada e aqui vai continuar aberto.”

A reportagem da GAZETA foi até o local e verificou que, de fato, há três portões escancarados, assim como falta grades em determinados locais, permitindo o acesso de populares à construção inacabada. Também não foi visto nenhum patrulhamento no local durante a produção da reportagem, que inclusive foi feita dentro do espaço, sem nenhum impedimento.

Na mesma nota, a prefeitura informou que já está viabilizando junto ao setor responsável, dentro dos trâmites legais, a realização do serviço de fechamento e manutenção dos gradis de proteção do Centro Educacional Poaense, dando prioridade à resolução do problema.

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