Da Redação / Arte: André Jesus
O governo quer pedagiar as rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga. A Câmara de Mogi com seus 21 vereadores e a cidade com o seu prefeito não querem nem saber de botar caças níqueis em nenhuma das duas pistas, e já estão jogando o Estado para fora da estrada.
O prefeito mogiano Caio Cunha (PODE) antecipou que vai judicializar a questão mandando a ideia do Palácio dos Bandeirantes para os tribunais, forma elegante e republicana de não mandar a Artesp para outro lugar.
Obviamente algumas situações são capazes de transformar pacifistas em guerrilheiros quando lhes é roubada a paciência ou inadvertidos os tomam por otários, acham que por serem eles pacíficos são moscas mortas. O Estado parece ter mexido no vespeiro e as ferroadas podem doer já na próxima eleição, tendo em vista que o atual governador não está muito bem na foto na região do Alto Tietê.
A Mogi-Dutra e a Mogi-Bertioga são obras nascidas da fibra do prefeito Waldemar Costa Filho, que à moda de governos antigos aventuravam o mandato abrindo estradas, já pavimentando o futuro. Ambas são orgulho aos mogianos que não querem o Estado rompendo a madrugada para meter pedágios, entregando o setor público ao privado como quem entrega a esposa para o amante, numa traição consentida.
O Estado até poderia – numa hipótese bem distante – pedagiar as rodovias, mas oferecer contrapartidas para que o dinheiro de ambas não enriquecesse apenas a concessionária sem trazer lucro às cidades que só ficam com os ônus das obras, como acontece frequentemente.