Reajuste na tarifa, implantação do botão de pânico e volta de 100% das rotas, foram alguns dos temas discutidos
Da Redação / Foto: CMMC
O transporte público municipal foi um dos principais temas discutidos na sessão de ontem (9), na Câmara de Mogi das Cruzes. Reajuste na tarifa, implantação do botão de pânico e a volta de 100% das rotas do transporte coletivo, foram alguns dos temas abordados pelos vereadores.
Foi aprovada a Moção 172/2021, que faz um apelo às empresas do transporte coletivo do Alto Tietê para que não reivindiquem aumento nas tarifas de ônibus. O texto é de autoria do presidente da Casa, vereador Otto Rezende (PSD), que afirma não ser o momento oportuno para realizar o reajuste.
No documento apresentado ao Plenário, o presidente cita matérias que circularam na imprensa, noticiando a intenção das empresas concessionárias dos serviços de transporte público em pedir reajuste de até 100% no valor tarifário, o que geraria uma tarifa em torno de R$9,00 em Mogi das Cruzes.

“Sabemos que a população não está tendo o aumento necessário para que as empresas de ônibus ou gestores coloquem um preço de passagem que seria praticamente o dobro do que a atual”, argumentou o parlamentar.
As empresas argumentam que os custos dos transportes estão maiores, por conta da demanda baixa de passageiros, por causa da pandemia, e pelo aumento no preço do diesel. Com isso, as tarifas estariam defasadas, o que torna inviável a continuação do serviço.
A vereadora Inês Paz (PSOL) também se colocou contra o possível reajuste das tarifas do transporte público, argumentando que a classe trabalhadora não teve reajustes em seu salário.“Os trabalhadores não estão tendo reajuste, o funcionalismo público estadual, os professores, que não têm nada a ver com a pandemia, não têm reajustes”, ressaltou.
O vereador Iduigues Martins (PT) defendeu mais transparência das empresas concessionárias do transporte público. “Nunca foi aberta a planilha de custos da empresa, custo da renovação da frota, dos combustíveis, dos pneus, dos impostos. Isso é um debate que temos que aprofundar”.
“Temos que discutir, entrar nesse tema espinhoso e lembrar a população que o reajuste não chega até à Casa. Não votamos reajuste do ônibus, mas podemos discutir e levar soluções ao prefeito”, sugeriu Marcos Furlan (DEM).
Botão de Pânico
Os vereadores aprovaram o Projeto de Lei 72/2021, apresentado pelo vereador policial Maurino (PODE). O projeto visa instituir o “Botão do Pânico” nos veículos de transporte coletivo da cidade.
De acordo com o projeto, o Botão do Pânico servirá para situações de perigo à segurança no interior dos veículos, como assaltos, brigas e outras violências. O dispositivo, ao ser acionado, deverá se comunicar diretamente com a Central de Monitoramento da Prefeitura, que deslocará uma viatura até o local. A instalação do Botão do Pânico deverá ficar sob a responsabilidade das empresas concessionárias do serviço de transporte público no município.
A iniciativa ainda prevê multa caso as empresas não instalem o Botão ou deixe-o inativo ou quebrado. O apetrecho deverá funcionar por meio do serviço de GPS.

“O objetivo é justamente a questão da segurança. Qualquer ato irregular que acontecer dentro de um transporte coletivo o motorista terá próximo o botão que poderá ser acionado, comunicando a empresa, que fará contato com a polícia”, explicou Maurino.
Seguindo orientações da Procuradoria Jurídica da Câmara, o próprio autor do Projeto apresentou quatro emendas modificativas e duas emendas supressivas. Com isso algumas possibilidades de multa ficam extintas, como ausência ou mal funcionamento de central de monitoramento pelas empresas. As emendas modificativas adequaram o texto do Projeto para evitar interpretações diversas.
Volta de 100% das rotas
A Moção 171/2021, de autoria do vereador Clodoaldo de Moraes (PL), foi aprovada. A iniciativa fez um apelo à prefeitura da cidade pela volta das rotas do transporte coletivo que foram restringidas por causa das medidas de combate à Covid-19.
O vereador afirmou que a população em geral está pedindo o retorno das frotas, respeitando o distanciamento social e a higienização dos veículos. Moraes ainda afirmou ser fundamental o retorno das rotas, para que não haja atrasos e aglomerações nos pontos, já que as atividades voltaram ao normal.

“Estamos praticamente retomando a economia da nossa cidade e agora retornando, na semana que vem, cem por cento das aulas municipais. Então é muito importante que a frota de ônibus do transporte coletivo volte a funcionar em sua totalidade. A população tem reclamado muito por conta da aglomeração nos pontos de ônibus”, ressaltou Clodoaldo.