Artigo de Opinião
Por Aline Teixeira / Foto: Arquivo Pessoal
Sr. Deputado, o senhor espera que depois de declarações tão infelizes e impossíveis de serem esquecidas, um simples pedido de desculpas resolve tudo? Não resolve e não repara a violência daquilo que foi dito. Ainda mais quando estamos diante de um momento tão delicado no mundo, que mal se recuperou de uma pandemia global sem precedentes na história mundial, que é o da invasão russa em um país fronteiriço, a Ucrânia, que vem sofrendo de perto, nas últimas semanas, uma guerra dentro de seu país.
São milhares de civis inocentes arrancados de seu cotidiano mais simples, de mães em desespero se verem impedidas de, pura e simplesmente, levarem seus filhos para a escola. Sem contar os mortos e os que ainda sobrevivem terem que empunhar armas, da noite para o dia, para defenderem suas vidas, suas casas, suas cidades, e o país.
Tal declaração, sr. Deputado, é inconcebível e inaceitável em qualquer momento, mas o senhor conseguiu duplicar o repúdio a essa sua atitude ao escolher falar de mulheres de um país em guerra.
Comecei falando em tom de uma carta aberta, não apenas minha, mas com certeza de toda a sociedade brasileira, especialmente a paulista, por ter esse como um de seus representantes na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), pois considero inadmissível tolerarmos que Arthur do Val permaneça no cargo de deputado. Suas declarações sexistas atingem diretamente mulheres ucranianas pobres. Atinge, também, a mulher como um todo em qualquer parte do mundo, que já sofre com a violência de gênero em qualquer situação que não apenas num momento de guerra. Ao dizer que as ucranianas pobres ‘’são mais fáceis’’, entre outras barbaridades indecorosas e completamente incompatíveis com sua função pública, ele abre um precedente para que se estimule o desrespeito aberto contra a mulher.
Com sua triste e repudiante declaração, Arthur do Val abriu para si mesmo possibilidades de acusações que podem, sim, levar à cassação de seu mandato, quais sejam: a quebra de decoro parlamentar, por exercer cargo público em andamento, ao proferir declarações inadequadas como as que fez, e que ferem o comportamento que se espera de uma autoridade pública que, pelo que todos sabem, em qualquer instancia, está ali para representar direitos civis como representante legítimo eleito pelo poder do voto. E entre outras razões, a apologia ao turismo sexual, uma vez que suas declarações fazem clara alusão ao fato de que quem puder viajar até a Ucrânia a passeio, ‘’procure por belas moças em áreas mais pobres do país’’.
O próprio presidente da Assembléia Legislativa, Carlão Pignatari, já se posicionou nas redes sociais em crítica aberta sobre as declarações infelizes de Arthur do Val, tanto que o caso foi parar no Conselho de Ética da Alesp, onde será decidido se Arthur do Val perderá seu mandato ou não. O processo está em andamento essa semana.
Vamos estar atentos, estamos acompanhando de perto!
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