Da Redação / Arte: André Jesus
Estamos conseguindo passar pela Covid-19, embora ainda debruçados em pensamentos e saudades dos que partiram e presenciando cenas fortes no país cuja democracia balança, mas não cai. Treme justamente onde deveria estar firmemente sustentada na cadeira da Presidência da República, cujo ocupante dá solavancos fortes reiterando intenções fortes de mergulhar o país em tempos bem mais obscuros do que esse que vivenciamos, e onde muitos continuam morrendo.
A tremedeira e balanço acontecem em dois sentidos: o presidente, ameaçado de ser banido do mandato por meio de um impeachment, espalha ameaças à democracia. Ora com discursos de que não vai haver eleições e ora exibindo o “seu exército”, que fez papel feio ao desfilar tanques em Brasília. Cena que remeteu ao golpe de 1964, para quem viu e saiu vivo da triste época estendida por 21 anos. O Brasil não pode ir para o fundo do poço novamente.
O Supremo Tribunal Federal se põe diante de Bolsonaro à forma da cruz que afugenta demônios. Está determinado em dar um basta às bizarrices totalitárias dessa pessoa que nunca mostrou preparo para a instituição Presidência da República.
O STF pôs na cadeia dois delinquentes: um deputado e um ex-deputado que, em comum, têm paixão em propalar as ações não republicanas do líder, cujas atitudes são freadas porque a corda já foi estendida demais, sufocando a democracia que não pode continuar sendo empurrada para o cadafalso. Essa semana a democracia venceu, mas a luta continua. O líder também já está com um pé nas grades.
