Semana Santa relembra a importância da Fé em momentos difíceis

Em entrevista, Bispo Stringhini afirma que a igreja tem rezado por todos aqueles que sofrem com a pandemia

Por Giovanna Figueiredo / Fotos: Bruno Arib

A Semana Santa é considerada uma das mais importantes celebrações do Catolicismo, no entanto, esse ano, por conta da pandemia, as atividades religiosas estão sendo realizadas de forma online. Mas nem a pandemia e o distanciamento social diminuem a intensidade da fé e da esperança dos fiéis.

Nesta quinta-feira, a GAZETA acompanhou umas das principais celebrações da semana, com a presença do bispo diocesano, Dom Pedro Luiz Stringhini. Na ocasião ele falou sobre a importância das atividades religiosas desta semana.

“É a semana mais importante para nós, cristãos católicos, é um tempo muito intenso, de retiro, de oração, é o momento que prepara a Páscoa do Senhor. Nesse tempo Deus vai confortando o povo, em meio a esse sofrimento de tantos irmãos e irmãs que faleceram vítimas da pandemia”, ressalta o bispo.

A palavra Páscoa vem do hebreu “Peseach”, que significa passagem da escravidão para liberdade. Os cristãos acreditam que Jesus, o filho de Deus, morreu crucificado e ressuscitou ao terceiro dia, esse ato foi feito por ele levando sobre si todo o pecado do mundo para salvar a humanidade. O bispo explica que o sentido da Páscoa é a ressurreição do Cristo e a esperança de uma vida sempre melhor e mais plena para todos.

Por fim, o sacerdote deixou uma mensagem para os fiéis.

“A Igreja está rezando por todos os doentes, os falecidos, os desempregados e os agentes de Saúde, por isso, nesse período de Páscoa, a ressurreição de Cristo, desejo que todos recebam a benção de Deus, em nome do pai, do filho e do espírito santo. Amém! Feliz Páscoa.”

Entenda a semana Santa e as suas principais celebrações

Tudo começa no Domingo de Ramos, a celebração que abre a Semana Santa. Ela relembra a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém poucos dias antes de ser crucificado. A data tem esse nome porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento.

Na segunda-feira santa, é dia da Missa do Evangelho segundo João, já na terça-feira a mensagem central é a Última Ceia, onde Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro – ambos eram discípulos. Na quarta-feira é dia da Procissão do encontro, em que os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho – essa celebração é feita principalmente em Paróquias pequenas.

A quinta-feira santa começa com a cerimônia dos Santos óleos, que consiste na bênção dos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos.

Posteriormente vem o Lava-pés, que é um ritual, durante a celebração da quinta, quando recorda a última ceia de Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, demonstrando seu amor por cada um e mostrando a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para a Eucaristia.

A Eucaristia é celebrada na tarde ou na noite de quinta. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”. Com esta Missa a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído por Judas, ofereceu ao Pai o Seu Corpo e Sangue, usando o Pão e o Vinho como símbolo, e entregou aos apóstolos para que os tomassem e comessem. Em seguida vem a Instituição do Sacerdócio.

Na sexta-feira Santa ou sexta-feira da Paixão é relembrado o dia em que Jesus foi crucificado e morto no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Neste dia também há a tradição de encenar a Paixão de Cristo, peça que conta um pouco da trajetória do Filho de Deus na terra.

Sábado Santo é o dia da Vigília Pascal: a Igreja permanece junto ao sepulcro de Jesus, meditando sua paixão e morte, sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum sua ressurreição. Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental da noite: a Páscoa do Senhor, a passagem da morte para a vida. A celebração acontece no sábado à noite.

Ainda no sábado há a benção do fogo, onde o sacerdote abençoa o fogo novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado, as luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada.

Por fim, chega o Domingo de Páscoa, um dia santo e mais importante para a religião, quando é celebrada a ressurreição de Jesus.