Fogo em apartamento poderia se propagar, mas o incêndio foi debelado pelo dono do imóvel
Por Aristides Barros / Foto: Bruno Arib
Um incêndio de pequenas proporções no apartamento 104, no bloco 7, do Condomínio Mirante de Itaquá, no bairro Guatambu, em Itaquaquecetuba, juntado a outras séries de problemas ainda não resolvidos, deixou em risco as pessoas do local, dando a impressão de que elas moram dentro de uma bomba prestes a explodir. A situação já é do conhecimento da Polícia Civil devido aos moradores do apartamento afetado pelo fogo terem registrado um boletim de ocorrência.
O condomínio apresenta carga elétrica reduzida, o que força aparelhos eletroeletrônicos a atingirem a potência para a qual não são dimensionados, o que estaria provocando a “queima” deles. A pane elétrica foi confirmada por uma equipe da EDP (concessionária de energia elétrica) que foi ao local depois que moradores reclamaram sobre as ocorrências. O incêndio no imóvel teria sido em razão disso.
A dona de casa Jéssica de Barros de Souza Santos, 30 anos, cujo apartamento foi danificado pelo fogo – as labaredas atingiram o teto – disse à reportagem que desde que passou a morar no local, em 2019, enfrenta problemas, porém o incêndio foi pior.
“Nesse dia eu e minhas crianças estávamos na casa da minha mãe. Só o meu marido estava no apartamento; ele apagou o fogo, ajudado por uma pessoa que faz a segurança no prédio, utilizando um extintor de incêndio”, contou.
Ele foi esquentar a janta e ouviu um barulho, quando começou o fogo no exaustor, causando o incêndio. O casal tem três filhos: uma menina de nove anos, um menino de três anos e um bebê de dois meses de vida.
Apesar da EDP ter ido ao local, a equipe não localizou onde está o problema que causou a pane elétrica. Os moradores temem que ocorrências iguais à registrada no apartamento 104 voltem a acontecer, porém com consequências mais graves. “É uma tragédia anunciada”, dizem.
Vistoria
Acionada para apurar as reclamações, a Defesa Civil de Itaquá foi ao local na tarde de quinta-feira (9). O órgão deve apresentar um relatório da situação num prazo de dez dias, mas antecipou aos moradores que foram verificadas várias irregularidades.
O condomínio, que faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, foi construído pela MRV Construtora. A empresa é alvo de ações dos moradores na Justiça por ter vendido apartamentos afirmando aos compradores que eles teriam direito a vagas com garagem, o que não aconteceu. O “Mirante de Itaquá” conta com sete blocos, cada um com 40 apartamentos, totalizando 280 unidades. O programa habitacional é destinado a famílias de baixa renda.
