Entidade quer disciplinar o ofício, usufruir os benefícios das leis trabalhistas e expor os riscos de ganhar a vida sobre duas rodas
Por Aristides Barros / Foto: Bruno Arib
A reunião entre diretores da Associação de Motoboys e representantes da Prefeitura de Mogi das Cruzes marcada para acontecer na sede da https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração, a partir das 15:45 horas desta quarta-feira (10), vai possibilitar aos líderes da categoria exporem algumas demandas dos trabalhadores sobre o que a prefeitura mogiana pode fazer para ajudar a atividade dos motoboy no município.
Para melhorar as condições de trabalho é preciso que a prefeitura crie uma lei municipal determinando que quem “esteja exercendo a profissão apresenta os documentos Condumoto e a Licença de Motofrete, que são necessários para o motociclista (motofretista) fazer entrega, coleta e distribuição de documentos e pequenas cargas. Para a obtenção de ambos os documentos é obrigatório, por lei, a realização de cursos.
Com isso, Maurício Montemor, 31 anos, que é o presidente da Associação avalia que a categoria vai dar um passo importante, de respeito e reconhecimento à profissão dentro do aspecto legal.
“Vai motivar muitos motoboys a saírem da clandestinidade, porque uma vez documentados não sofrerão a discriminação que muitos enfrentam, principalmente durante abordagens feitas pelas autoridades de segurança”, reclamou.
O presidente assinalou que nesses tempos de pandemia a atividade mostrou a importância que sempre teve, mas de uma forma mais ampla com o reconhecimento de grande parte da sociedade que “confinada em casa ou ‘presa’ no próprio local de trabalho precisou de algum serviço e recorreu aos motoboys para a entrega ou recebimento de mercadoria”.
Por outro lado, a pandemia também prejudicou a atividade porque as pessoas que perderam o emprego devido à crise sanitária “juntaram o que tinham compraram uma moto e ‘viraram’ motoboy, porém, sem noção alguma que é uma profissão com regras estabelecidas e que devem ser cumpridas”, afirma Túlio Sellberg Caramante, 49 anos e 32 de profissão, que é tesoureiro da Associação.
“Pessoas assim trazem problemas aos motoboys que pela inconsequência de uns acabam sendo marginalizados. Não queremos e nem é nossa intenção criar um clima de divisão, estamos lutando pelo respeito da atividade e de que quem esteja nela a exerça com profissionalismo”, falou, Caramante, que também integra a diretoria.
Na discussão de direitos trabalhistas, a Associação pensa em criar uma tabela de preços pela prestação de serviços, atualmente os valores pagos ficam quase que exclusivamente a critério do contratante, mediante “acertos de boca”. A ideia da Associação é padronizar uma determinada cifra pela hora trabalhada. “A busca do diálogo é importante e evita desgaste de ambas as partes, contratante e contratado”, entende a diretoria.
A Associação que conta com 100 associados existe desde 2014, foi legalizada em novembro de 2020, conta com departamento jurídico para assistência aos associados, mantém convênios com farmácias e lojas de autopeças para motos, entre outras ações que pretende ampliar a partir de que vão ganhado força e mais adesão da categoria.
A Associação dos Motoboy de Mogi e Região do Alto Tietê tem uma página no facebook para manter os associados informados sobre as ações da entidade. Além de Montemor e Caramante, integram a diretoria Renan Monte Alvão (secretário geral) e Luiz Paulo dos Santos (conselho).