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Porandubas políticas

Vamos ao cenário nacional. A pandemia vai e vem, não dando sinais de que vai amainar em curto prazo. Os dados exibem picos de mortes e contaminados, a ponto de os gráficos mostrados nas TVs começarem a gerar o efeito de “dormência”, a repetição rotineira que já não impacta, causa susto ou sensação de coisa nova.

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Por Gaudêncio Torquato / Arte: Giovanna Figueiredo

Marés altas e baixas

Vamos ao cenário nacional. A pandemia vai e vem, não dando sinais de que vai amainar em curto prazo. Os dados exibem picos de mortes e contaminados, a ponto de os gráficos mostrados nas TVs começarem a gerar o efeito de “dormência”, a repetição rotineira que já não impacta, causa susto ou sensação de coisa nova. O registro nas últimas semanas é de mais de mil mortes por dia. Uma estatística que causaria pânico fosse banhada por um toque de originalidade. Temos de nos acostumar com a ideia de que conviveremos com esse bicho feroz durante todo o ano. Não nos enganemos. E mesmo após vacinadas, as pessoas não se livrarão das variantes desse corona mortífero. O Carnaval vem aí, mesmo proibidas as concentrações populares. Não se espere bom senso na folia.

Mas o Brasil…

Costumo lembrar os quatro tipos de sociedade no planeta: 1. a inglesa, liberal, onde tudo é permitido, exceto o que é proibido; 2. a alemã, rígida, onde tudo é proibido, exceto o que for permitido; 3. a ditatorial, fechada, onde tudo é proibido mesmo o que for permitido; e 4. a brasileira, onde tudo é permitido mesmo o que for proibido. Pois bem, por causa dessa extrema liberalidade, do desrespeito às leis e implantação de um estado de anomia, a paisagem nacional é propícia para ruptura da norma. As pessoas costumam praticar pequenos delitos, ponte para os médios e grandes ilícitos. Donde emerge o conceito de “país da impunidade”.

Panorama político

Não há como abrir um grande sorriso quando se tenta ver nosso amanhã na política. Os protagonistas mudam de posição, mas não de índole. A agenda do Parlamento na esfera das reformas caminhará a passos de tartaruga. Arthur Lira, mesmo com vontade de mostrar algum grau de independência, estará ao lado do Palácio do Planalto. Rodrigo Pacheco terá uns centímetros a mais de independência, nada que ameace as intenções do Poder Executivo. O que pode ocorrer é um certo remanejamento no traçado partidário. O DEM, por exemplo. Depois de atravessar um bom tempo numa posição mais central do arco ideológico, na vivência de Rodrigo Maia como presidente da Câmara, mostra-se inclinado a habitar o espaço da direita, após a liberação da bancada para votar em qualquer candidato na Câmara. Despejaram o voto em Lira, em explícita traição ao acordo firmado por Maia para votar em Baleia Rossi, MDB.

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