Por Erica Godoi / Arte: Giovanna Figueiredo
Se você nasceu no século passado, você se lembra de: “Onde está o Wally?”, eram ilustrações coloridas e divertidas com o objetivo de descobrir a localização de Wally, foi criado pelo ilustrador britânico Martin Handford em 1987.
Esta ilustração nos faz refletir sobre o sentimento de solidão vivenciado por muitas pessoas que moram sozinhas ou que mesmo em meio a uma multidão de pessoas vivem este sentimento.
A solidão é um sentimento frequentemente vivenciado por idosos e, segundo as últimas pesquisas do Estudo de saúde, bem-estar e envelhecimento (SABE) de São Paulo, residem sozinhos 290.966 idosos, sendo que aproximadamente 63% deles tem uma ou mais doenças crônicas, portanto, propensos a vulnerabilidades.
O assunto também nos faz refletir sobre a diferença marcante entre solidão e solitude. A solidão nem sempre é a primeira escolha do idoso, muitas vezes é o resultado de uma série de sentimentos vivenciados ao longo dos anos como insegurança, impotência, ressentimento e até o abandono. Diferente da escolha consciente de querer estar sozinho, mas com equilíbrio e bem-estar, buscando ser uma boa companhia para si mesmo e usufruindo de momentos para ajudar a se concentrar e a se conectar com si mesmo.
A solitude é uma ação positiva e todos nós precisamos de momentos assim. No entanto, também somos seres grupais e mesmo que as pessoas vivam sozinhas em casas separadas, precisamos ou precisaremos em algum momento da vida da ajuda do outro. E não há vergonha em precisar ou pedir auxílio. O Estatuto do idoso assegura que a família é a principal cuidadora do idoso, portanto sua principal e imediata rede de apoio.
Fundamental para os dias atuais é valorizar cada experiência, valorizar o próprio envelhecimento, as conquistas e as perdas ao longo da vida, sem deixar de cultivar relações pessoais sólidas, pois elas serão sua rede de apoio em algum momento da vida.
