Da Redação / Arte: André Jesus
O Brasil é a pérola no Atlântico invadida pelos portugueses no ano de 1500. Já no início da invasão passaram a eliminar os nativos que encontravam pela frente. Os poucos sobreviventes ao genocídio tentam, hoje, derrubar o marco temporal para manter parte do que tinham e lhes foi tomado.
A derrubada do marco temporal beira uma ação de reintegração de posse, e a lei dos caras pálidas, feita pelos caras pálidas, é voltada excepcionalmente a eles. O que é escrito nela lhes pertence, inclusive a terra indígena roubada durante a invasão Cabrália. O primeiro momento de grande instabilidade brasileira foi a pilantragem de tomar o que é dos outros. Inaugurou-se ali o “jeitinho brasileiro”.
O famoso jeitinho serve para controlar instabilidades e, também, expandi-las. Deu-se um jeito de destronar a corte portuguesa sem o uso da guilhotina. Menos mal para Dom Pedro II e sua vasta barba, que poderia atrapalhar o carrasco. Seria ilógico dizer que a caserna da época do marechal Deodoro da Fonseca deu um golpe e fundou uma república de bananas. Já os monarquistas afirmam: foi golpe.
Desde então o Brasil é golpeado. Vargas, o pai dos pobres e mãe dos ricos, deu um jeito de se eternizar no poder, mas não conseguiu. Saiu da presidência para entrar na história. O tiro pela culatra. Mais recentemente os militares deram um jeito de ficar 21 anos desestabilizando a democracia que, hoje, sofre novas séries de instabilidades de quem quer voltar o país para mais 21 anos no passado. Tudo sempre esteve muito instável.