Eleito para o seu terceiro mandato, Toninho Colucci (PL) comenta as prioridades de sua nova gestão
Por Lailson Nascimento
LEIA: Prefeito, como o senhor encontrou a Prefeitura de Ilhabela?
Antonio Colucci: A gente continua tomando pé de algumas situações. Inicialmente nós paralisamos todas as obras, e estamos reavaliando principalmente as desapropriações que foram iniciadas no passado e que não tinham sido concluídas. Vale ressaltar que a quase totalidade das desapropriações nós já revertemos e a prefeitura abriu mão do processo, até porque foi uma enxurrada de desapropriações. Só pra se ter noção, nós ainda estamos descobrindo imóveis que passaram a fazer parte do patrimônio público. Nem o jurídico da prefeitura tinha isso cadastrado, atualizado. As coisas aconteceram de forma toda escondida, nebulosa, então tem um monte de desapropriações absurdas que já foram concluídas e outras tantas que estavam tentando concluir que eu suspendi.
LEIA: O senhor também está reavaliando a execução de obras na cidade, correto?
Colucci: A questão das obras a gente está reavaliando. Algumas obras possuem suspeita de superfaturamento, algumas já liberamos. Estamos conversando com os empresários para reduções nos contratos.
LEIA: Qual a projeção de economia para os cofres públicos?
Colucci: Só nas desapropriações foram R$ 40 milhões economizados.
LEIA: O senhor está assumindo uma prefeitura que ficou marcada por atrasos para o município. É possível corrigir nos primeiros cem dias de mandato?
Colucci: Impossível corrigir atitudes erradas em cem dias. A gente vai dar um novo rumo para a https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração. Ilhabela e as outras cidades balneárias iniciam governos com a temporada acontecendo. Então, já tem um problema a mais, que é o fluxo grande de pessoas. Normalmente, entre o Natal até a semana depois do Carnaval, a gente tem a cidade muito cheia, e surgem problemas de toda natureza, como questão de trânsito, limpeza pública, fornecimento de água, de energia, enfim, tudo aquilo que a prefeitura participa, cobra. Tem que dar uma atenção para isso, porque na temporada a cidade passa a ter quatro vezes mais pessoas do que a população normal. Esse é um problema grande.
LEIA: A cidade está retomando as aulas. Como está esse processo?
Colucci: A Educação é uma preocupação, portanto, precisa ser colocada em ordem. Nós tivemos um ano inteiro sem aulas. Embora o Governo do Estado tenha liberado as aulas em setembro do ano passado, e embora a Comissão de Covid-19 em Ilhabela, formada por profissionais de saúde, tenha liberado as aulas em agosto do ano passado, a antiga https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração municipal, de forma irresponsável, não retomou as aulas. A gente vai ter que, em 2021, aplicar o conteúdo programático de 2020 e desse ano. Nós vamos ter que fazer dois anos em um, para tentar recuperar. Não podemos simplesmente passar os alunos de ano sem eles terem o direito de aprender. Até porque, lá na frente, esses jovens vão fazer Enem, vestibular, e vão disputar com alunos do ensino público e do ensino particular, mas com déficit de aprendizado. Então, a gente vai trabalhar muito na Educação para tentar diminuir essa perda.
LEIA: Quais são as prioridades para o mandato?
Colucci: Além do trabalho das Pastas de Saúde e de Educação, saneamento básico também está entre as prioridades da nossa https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistração. Queremos, já nesses primeiros cem dias, disponibilizar novas ligações da rede coletora de esgoto, trabalho que ficou parado praticamente quatro anos. Um absurdo. [Estações] elevatórias que eu deixei prontas, estavam em fase de licenciamento, deixaram os processos abandonados, e a gente está resgatando esses processos, sendo que a maioria já possui a liberação da Cetesb, então dá para colocar para funcionar as elevatórias e as redes que, por ficarem quatro anos abandonadas, precisam de alguns reparos, algumas adequações. E cobrar da Sabesp os investimentos no contrato novo. Existe um cronograma de investimentos traçado, e nós vamos cobrar.
LEIA: E a retomada da economia no arquipélago, como fica?
Colucci: A nossa indústria é a do turismo, e nós sofremos um baque muito grande por causa da Covid-19, e também em função de algumas medidas insensatas do governo passado, que acabaram trancando a cidade por quatro meses, impedindo as pessoas de transitarem entre Ilhabela e as outras cidades. Isso prejudicou muito a indústria do turismo. Ilhabela foi a cidade da região litorânea que mais perdeu empregos, e não sou eu que estou falando, é o Caged. A gente tem que garantir a retomada dessa indústria, e para isso temos uma proposta de facilitar financiamentos junto ao Banco do Povo e ao Investe São Paulo. Também estamos preparando um programa de parcelamento das dívidas, além do parcelamento do IPTU. Já congelamos os valores do ano passado, e a pessoa pode parcelar o pagamento desse ano entre 2022, 2023 e 2024. Se o proprietário se interessar, ele pode deixar de pagar o IPTU de 2021 e parcelar nos próximos três anos, ou seja, colocando dinheiro nas mãos das pessoas.
LEIA: Como ficou o caixa da prefeitura?
Colucci: O orçamento caiu, e os royalties estão em uma situação de disputa, inclusive com a cidade vizinha querendo tomar uma parte desses royalties. Então, é preocupante a situação financeira da cidade e a gente já está tomando algumas medidas https://portalgazetaregional.com.br/wp-content/uploads/2023/06/ed440.pngistrativas em função disso.