Apeoesp responsabiliza Doria e o secretário da Educação pelo ocorrido com a educadora e já registrou 851 casos em professores e outros trabalhadores
Da Redação / Foto: Reprodução
A volta às aulas presenciais obrigatórias, na 2ª onda da Pandemia em São Paulo, tem a sua primeira vítima: é a professora Maria Tereza Miguel Couto de Lourenço, 32 anos, que lecionava na EE Ministro José de Moura Rezende, em Caçapava.
Ela morreu sábado (20) em decorrência da covid-19. Dois dias antes, a mãe de Maria Tereza havia morrido. “A morte da professora ocorre em meio a uma explosão de casos de covid-19 nas escolas públicas e privadas, contaminando estudantes, professores e outros trabalhadores da educação, dias antes de completar um mês do início do processo de retomada das atividades”, diz a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).
Informações dão conta de que a professora participou das atividades de planejamento da volta às aulas, iniciadas em 26 de janeiro. Já naquele momento os professores denunciaram o alto risco de contaminação pela covid-19: salas com pouca ventilação, algumas delas lotadas, o álcool gel 70% disponível estava vencido, muitas escolas ainda estavam em reforma e não tinham banheiros disponíveis, entre outros problemas.
Em Mogi das Cruzes, a subsede mogiana da Apeoesp já havia apontado os mesmos problemas chegando a inquirir a DRE (Diretoria Regional de Ensino de Mogi das Cruzes) sobre a situação das escolas mogianas e o risco oferecido a profissionais de educação e estudantes.
Segundo números da Apeoesp, já são 851 casos confirmados, em 456 escolas. Oficialmente, o governo João Doria (PSDB) registrou 741 casos confirmados e 1.133 casos suspeitos, nas redes públicas e privada, até o último dia 17.
A presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), se manifestou sobre a morte de Maria Tereza. “Quantos contágios e quantas mortes mais terão que ocorrer para que cesse essa insanidade de volta às aulas presenciais? Hoje foi essa colega, amanhã poderá ser qualquer professor ou professora, obrigados a trabalhar em escolas sem estrutura para garantir a sua segurança”, disse Bebel.
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, lamentou a morte da professora e acusou a Apeoesp de fazer “ato político” com o caso.