MRS e Tupi não se mostram abertas para diálogo sobre o tema
Da Redação / Foto: Divulgação
Os longos períodos de fechamento da passagem de nível da Estrada do Taboão do Parateí têm trazido diversos transtornos para quem mora e trabalha no distrito industrial do Taboão, em Mogi das Cruzes.
Segundo os relatos de motoristas e pedestres, o local, localizado no km 1,3 da estrada, fica bloqueado por mais 30 minutos, em média, cerca de três vezes por dia. Situação que impacta diretamente na rotina do distrito. A Estrada do Taboão é a principal via do distrito industrial.
O bloqueio ocorre para que os trens de carga da MRS, que prestam serviço para a Cimento Tupi, possam fazer as manobras.
Fotos tiradas no local mostram filas quilométricas formadas por carros, caminhões, vans do transporte escolar, viaturas, e ônibus do transporte público. Imagens flagram, inclusive, viaturas do Samu e da Polícia Militar paradas à espera da liberação do tráfego.
Além do longo tempo de fechamento, a passagem de nível conta com outros problemas, como a ausência de sinalização (sonora e até mesmo placas informativas); a inexistência de iluminação; e, ainda, buracos e pavimentação com desníveis.
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Reunião sem respostas
Informado sobre os transtornos causados e com o objetivo de dialogar e intermediar uma solução, a Agestab (Associação Gestora do Distrito Industrial do Taboão) promoveu uma reunião com a equipe operacional da MRS e da Tupi, no começo de outubro. O encontro foi realizado em uma empresa do Taboão.
A diretoria da Agestab entregou um dossiê, no qual descrevia a situação e os prejuízos gerados às indústrias, aos trabalhadores e moradores, e aos estudantes.
O documento entregue à equipe da MRS solicitava que a empresa buscasse alternativas para que o tempo de fechamento da passagem de nível fosse diminuído; pedia para que a companhia encontrasse maneiras de realizar o bloqueio, sempre que possível, fora do horário comercial; e, ainda, para que o tempo de bloqueio, quando necessário, fosse fracionado, liberando o tráfego a cada 10 minutos. Situação que evitaria a formação de quilômetros de fila.
O dossiê também alertava para a necessidade de deixar o local seguro, com a instalação de sinalização adequada, sinal sonoro, barreiras físicas, iluminação e manutenção constante na pavimentação.
Dois meses e meio após a primeira reunião, os problemas continuam e se intensificaram. Na percepção de muitos que utilizam a Estrada do Taboão, os períodos de fechamento estão ainda maiores.
A Agestab, após a primeira reunião, não obteve mais retornos oficiais da MRS. Nenhuma resposta foi dada ao dossiê entregue. Um novo encontro, que deveria ser realizado pouco tempo após o primeiro, como forma de manter o diálogo e a transparência e verificar quais ações poderiam ser adotadas pela companhia e quais seriam os prazos, não se concretizou.
“A Agestab gostaria que a MRS e a Cimento Tupi mantivessem o diálogo com o Taboão, com a Associação Gestora, afinal, a atividade que realizam no nosso distrito causa impacto diretos a todos”, disse o presidente da Agestab, Osvaldo Baradel. “Este distanciamento da MRS e da Cimento Tupi e a percepção de que o tempo de bloqueio aumentou ao invés de diminuir, tem nos preocupado, porém, seguiremos na busca de intermediar uma solução”, afirmou.