Da Redação / Arte: André Jesus
Tem gente que passa mal do estômago quando ouve sobre a pobreza e a miséria que campeiam o Brasil. A anomalia social que empurra as pessoas para condições subumanas faz com que as pessoas delicadas passem mal com essa situação, outras apenas se sentem incomodadas com isso e para amenizar o drama delas, e não o dos miseráveis, buscam palavras mais amenas numa forma de erradicar o problema apenas com a nomenclatura.
A comunidade internacional, a comunidade científica, a comunidade estudantil, a comunidade médica, a comunidade da classe dominante “adora” adotar no seu seio as comunidades carentes, e a desnudar de seu verdadeiro nome: favela.
Porque é indecoroso um nome tão pesado e marginalizado caminhar entre as distintas comunidades, que podem juntar e comungar entre si as mais belas aspirações solidárias que é olhar o ser humano como um amigo, lhe afagar na hora do desespero e confortá-lo na hora da dor, porque o mundo das comunidades é de pessoas que se interagem com cordialidade, humanidade e respeito.
E toda essa carga de positividade, altruísmo, abnegação ao seu semelhante esbarra, além de não soar poético, se a comunidade carente onde existem pessoas necessitadas de todos os itens acima morarem no que chamam de favela.
As comunidades são unidas e se ajudam, então que a favela seja comunidade na palavra, mas que continue à parte nos seus problemas e dificuldades, porque as outras comunidades “inteligentes” sabem que a troca de nomes é apenas uma semântica, que não é capaz de apagar o preconceito.