Por Marcelo Marcos Silva / Arte: Giovanna Figueiredo
Como gestor público é certo e sabido, mesmo para aqueles mais leigos que as políticas públicas sanitárias nesta pandemia devem ser levadas a sério, onde é preciso conquistar confiança da população para convencê-la a aderir à campanha vacinal para conter uma pandemia que já ceifou mais de meio milhão de vidas brasileiras.
Nas últimas semanas, diversas autoridades de vários estados anunciaram sucessivas antecipações de vacinação o que contribuiu para criar um clima de otimismo entre todos, mas o problema é que nada autorizava e poderia justificar tal otimismo.
O chamado “gincana da vacina” para ver quem imuniza mais, pode muito bem fazer mais parte de um embate político do que mesmo sanitário, pois esse fato, pressiona o Ministério da Saúde que é o responsável pelo Programa Nacional de Imunização a entregar as vacinas conforme seu próprio cronograma e a partir daí, observamos como irresponsáveis são essas autoridades públicas que prometem o que não podem cumprir, mesmo porque não temos ainda fábricas para produção de vacinas e sair por aí mudando e antecipando calendários justamente se a chegada dos imunizantes não depende do calendário dos Estados e dos Municípios, tornando uma situação cada vez pior, afinal, você leitor sabe no momento qual é o calendário de vacinação de sua cidade? Difícil saber, pois muda de cidade para cidade, de estado para estado e dia após dia.
Fica bem claro essa intencionalidade, o calendário de vacinação foi transformado em uma espécie de ativo eleitoral, pois é óbvio que a sensação de alívio que paira sobre a população com essas promessas descabidas em relação à imunização tem grande potencial de gerar votos já que as autoridades municipais, estaduais e federais alimentaram as expectativas dos maltratados cidadãos a respeito da tão necessária vacinação sem que suas promessas tivessem total respaldo na realidade.
Diante disso, melhor seria que o calendário vacinal pudesse de fato ser antecipado, cidades como São Paulo, por exemplo, teve nesta última semana desabastecimento das doses em várias unidades básicas de saúde. Mas uma coisa é certa, o único calendário que foi antecipado, de fato, foi o eleitoral.
Nós, enquanto população, temos que estar atentos já que diante dessas disputas políticas eleitoreiras, não podemos em hipótese alguma, sair em defesa dessa ou daquela autoridade, o que importa é ser de fato imunizado e não há marca de vacina, se for o seu momento de se vacinar, procure o local de vacinação e tendo as doses, tome “aquetem”, pois é a melhor neste momento, já que todas as vacinas disponíveis em território nacional, foram testadas, autorizadas e são confiáveis. Muitas pessoas ainda não foram imunizadas e esperam ansiosamente para que isso ocorra. Não acredite aleatoriamente, acredite na ciência, salve sua vida, a de seus familiares e a de seus amigos contra a Covid-19.