Da Redação / Arte: André Jesus
Uma série de reajustes de preços empurra os pobres para além da linha da miséria. Logo atrás, a classe média ganha espaço onde antes estavam pessoas, hoje, atiradas uns metros a mais no abismo social. Os novos pobres mantêm o nariz empinado, “empobrecendo, sem perder a pose jamais”.
Deixemos de lado qualquer alusão à guerra de classes, porque propagando-a seria igualar ao palaciano, que anunciava a necessidade de um conflito armado onde morre-se ao menos umas 30 mil pessoas. Em parte, a vontade foi feita sem precisar da estupidez violenta de brasileiros matando brasileiros.
A Covid-19 atendeu a pré-intenção presidencial. As palavras têm força, as dele excedem na hipermultiplicação de carga meganegativa. Um exemplo são quase 600 mil mortes pela doença.
O brasileiro vive dias infernais e vê o seu flagelo aumentado em reajustes de impostos, criações de taxas, uma verdadeira cascata de alterações completadas nas contas de água, luz, telefone, aluguel e o diabo a quatro. Tudo sempre para mais, nunca para menos. Nesse momento, a grande maioria da população está próxima do abismo, observando quem já está lá no fundo.
A situação passou de insustentável a insuportável, e a sociedade civil e entidades ligadas a ela se cansaram de pedir que políticos parem de aprofundar o poço para caber mais gente. Já os políticos que estão fazendo essa escavação não se cansam desse desserviço ao país. As eleições estão aí e falta pouco para atingir o inferno. Mas vamos esperançar que não.